domingo, 18 de dezembro de 2011

O Homem ao Quadrado

O homem ao quadrado
1975
311 páginas
409g
Lembro, desde sempre, de ler o que escrevia Leon Eliachar. Gostava muito do jeito irreverente e, um tanto, safado. O principal registro que tenho é de sua época no jornal “Última Hora”.

Seu estilo é muito próximo ao que faz, hoje, Luiz Fernando Veríssimo: além dos textos de humor criativo e refinado, foi um frasista notável e arriscava desenhar as ilustrações de seus livros.

Vivendo de humor, encerrou sua participação nesse grande espetáculo, que é a vida, como protagonista de uma tragédia. Foi assassinado, por mando de um marido traído, em 1987.

Nasceu no Cairo, Egito e veio (trouxeram) para o Rio de Janeiro aos 10 meses. Dizia ser, portanto, “cairoca”.
Começou cedo no jornalismo, 19 anos, e como os de sua espécie, jornalista/escritor dos anos 40, 50, 60, fez de tudo um pouco: roteiro para filmes e programas de rádio, secretário de redação, livros, crônicas, poemas (humm...), etc.

Não tem uma obra vasta, foram poucos os livros, porém, leitura leve e divertida. Foram eles:
  • O Homem ao Quadrado (1960)
  • O Homem ao Cubo (1963)
  • A Mulher em Flagrante (1965)
  • O Homem ao Zero (1967)
  • 10 em Humor (1968, em conjunto com Millôr Fernandes, Stanislaw Ponte Preta, Fortuna, Ziraldo, Jaguar, Claudius, Zélio, Henfil e Vagn).
No meu acervo, lá do Livronauta, tem o primeiro: O Homem ao Quadrado, 4ª edição, 1976, autorizada para o venda exclusiva pelo Círculo do Livro.
Uma amostra da produção do Leon:

VOCÊ É DISTRAÍDO?
1 - Você costuma reparar quando sua mulher, noiva ou namorada põe um vestido novo?
3 - Você costuma se lembrar, exatamente, em que pedaço do filme chegou ou tem que ver mais um pedacinho?
5 - Você costuma, todo ano, cair no dia primeira de abril?
2 - Você tem o hábito de atravessar a rua sem olhar para os dois lados?
4 - Você costuma conversar com uma pessoa durante horas, sem prestar atenção, tentando descobrir de onde é mesmo que você a conhece?
CONCLUSÃO: Se você respondeu "sim" ou "não" a qualquer destas perguntas, isso não tem a menor importância; mas se você não reparou que a numeração deste último teste está completamente alterada, então, meu caro, você não é um distraído, é mais que isso: é um ceguinho. E daí, vai bater?

Da seção de Consultório Sentimentais, de um jornal:

Cartas:
— Sou branca, meu marido é branco e tivemos um filho preto. Como o senhor explica isso?
(Jandira - Ceará)
— Lamento muito, mas quem tem de se explicar é a senhora. Vocês que são brancos que se entendam.

Como costuma acontecer, hoje, se fala muito pouco dele. Uma pena.

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